Mais uma aventura ao planalto transmontano! A região do Sabor no
profundo Portugal é simplesmente fantástica e o seu aspecto desertificado
torna-se absolutamente inspirador. No próximo mês de Julho de 2012 vamos percorrer pela primeira vez a antiga linha de
caminho-de-ferro que corre perto do rio Sabor. O comboio já lá não passa desde
1988 e parte daquele extenso património encontra-se completamente em ruínas,
mas prestes a ser restaurado para memória futura, através da conclusão da ecopista de 105 km.
De comboio (e com as bicicletas) partimos do Minho em
direcção ao Pocinho, localidade que se situa já sobre os calcanhares do douro Internacional. A linha do douro é simplesmente
fantástica, correndo em precipício junto do rio Douro, e, é por isso também, uns dos pontos mágicos da viagem. Chegados ao Pocinho, restam-nos
240 km de bicicleta para fazer durante os dois dias, à média acolhedora de aproximadamente 20 km/h... quando não se estiver parado. Às 11h00 saímos do Pocinho em direcção à
Torre de Moncorvo, vencendo a primeira grande dificuldade do terreno. São 300
metros de desnível que teremos que vencer em apenas 12 km… mas a paisagem
que nos vai acompanhar nesta fase do percurso ajuda-nos seguramente a
ultrapassar as dificuldades! A esplêndida linha do Sabor vence a mesma montanha ao nosso lado
esquerdo e aqui ainda tem carris ferrujentos. Depois de almoço na Torre de Moncorvo,
entramos para a ecopista que é construída sobre a linha do Sabor, em terra
batida, mas em excelentes condições. São 20 km de ecopista, cruzando a região
das antigas minas de ferro de Torre de Moncorvo. A partir de Carviçais a linha
obriga-nos a seguir por estrada e vão ser quilómetros e quilómetros sobre o
planalto transmontano, quase desertificado, mas muito inspirador. A chegada a Duas Igrejas, ponto final na linha do Sabor, é por volta
das 20h30. E 10 km mais à frente situa-se a cidade de Miranda do Douro, num dos
pontos mais “longínquos” de Portugal. É aqui que, antes da pernoita num hotel
de 5* (ups… numa pensão), apreciamos a bela gastronomia Mirandesa.
No dia seguinte não há tempo, 7h30 toca o despertador. O douro
Internacional, a pouco mais de 500 metros do centro da cidade, espera-nos com a sua
paisagem majestosa. É um vale sublime, com aves de rapina, que nenhum
palavreado é capaz de descrever. O plano é aberto, mas às 10h00 convém estar-se
a despedir deste meio do nada que é Duas Igrejas, descendo em direcção ao
Pocinho. A descida ao Pocinho é também em plano aberto e, conforme o que relógio indicar, vemos se há ou não tempo para visitarmos mais pontos
onde o património é referência. Findados os 240 km de cicloturismo, às 17h37 estamos
a deixar o Pocinho em direcção à nossa abençoada casa para descanso absoluto.
Vão ser dois dias imperdíveis... e se também fores maluco, junta-te a nós!
Plano aprofundado: